segunda-feira, 27 de junho de 2011

 Redes Sociais e sua Utilidade



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Como colocar Radio em seu Blog




 

Twitter na escola ajuda?

Existem múltiplas formas de fazer do nanoblog um assistente divertido e eficaz, em sala de aula.


Sergio Amadeu da Silveira

A Rede nº51,setembro 2009 - O Twitter pode ser uma boa ferramenta para a Educação? Como um nanoblog com 140 caracteres pode apoiar o processo de ensino-aprendizado? O Twitter usado em sala de aula garantirá a múltipla atenção dos estudantes ou simplesmente gerará um processo de dispersão? Quais outras possibilidades de uso educacional do Twitter?

Essas questões são cada vez mais importantes. Isso porque o Twitter não é mais uma atividade de nerds e super-usuários da internet. O Twitter já ultrapassou 1 milhão de participantes, somente no Brasil. A tendência é crescer ainda mais. Além disso, o Twitter permite uma grande versatilidade de uso. Alguns dizem que se presta mais a divulgação de ideias e dicas. Na realidade, o Twitter pode ter usos muito mais variados. Algumas pessoas usam para expressar sentimentos, outras para cobrir eventos e algumas até para denunciar políticas ou políticos que consideram nefastos.

Para aprofundar um pouco as possibilidades de uso do Twitter no ensino formal, traduzi algumas ideias das pesquisadoras romenas Gabriela Grosseck e Carmen Holotescu, que em 2008 escreveram um documento intitulado “Can we use Twitter for educational activities?”, ou, “Podemos usar o Twitter para atividade educaionais?” Gabriela e Carmen exploraram questões pragmáticas sobre o potencial do Twitter como ferramenta educacional, baseando-se em suas próprias experiências. Uma primeira possibilidade é a criação de comunidades de alunos. A ideia é twittar em sala de aula ou fora dela sobre temas de interesse da disciplina.

Explorando a escrita colaborativa, é possível promover atividades de busca de conteúdo na rede e dispor as descobertas para os colegas. Tais buscas podem ser divertidas e as dicussões no próprio twitter podem ser bem proveitosas, mesmo que não sejam realizadas em tempo real. Os alunos podem realizar as suas postagens (twittar), endereçadas aos seguidores do perfil da sua turma, para perguntar e esclarecer dúvidas sobre o tema da pesquisa proposta pelo professor. Também podem refletir conjuntamente sobre a pertinência ou a compreensão coletiva de determinados fatos.

Minha sugestão é trabalhar com as #hashtags ou hashtags, quando se está pesquisando um tema. O processo é bem simples. A turma decide que todos que escreverem sobre aquele tema no início ou no final da postagem coloquem um identificador do assunto, ou seja, uma hashtag. Por exemplo: todo mundo que estiver participando da pesquisa sobre Machado de Assis deve incluir na frase a hashtag #machado. Com isso, depois basta clicar na hashtag para obter as postagens de todo mundo que escreveu algo sobre o autor. Assim, é possível resgatar toda a discussão, dicas, dúvidas e declarações realizadas.

A turma pode, inclusive, usar as postagens feitas no Twitter para editar um blog com um novo ordenamento das informações coletadas. Assim, dá para fazer uma análise crítica de todo o processo e requalificá-lo. A definição do tagueamento ou etiquetagem das postagens pode ser muito útil não só para recuperar informação, mas para definir exatamente o que a turma está procurando. Discutir o nome mais adequado da tag é, em si, um exercício não somente escolar, mas também que ajuda as pessoas a entenderem a importância da web semântica.

De volta às proposições das pesquisadoras romenas, o Twitter serve também para a classe debater com um cientista, personagem ou professor que está em outra cidade. Usando uma hashtag combinada com o convidado, que está à distância, a turma pode transformar o Twitter em “uma sala de conferência”. A dificuldade é coordenar o debate para que não seja uma “gritaria digital”. Mas essa é uma das situações que fazem parte do aprendizado do uso da ferramenta. Depois do debate online, em tempo real, os alunos podem recuperá-lo a partir da hashtag para uma análise posterior mais profunda.

Outro exercício bem interessante e divertido é levar a turma para a sala de internet e combinar que cada um deve imediatamente escrever a continuidade do texto do outro. Mas o tema deve ser aquele que está sendo estudado. Assim, é possível avaliar a compreensão e o desempenho de modo participativo. As sentenças devem fazer sentido para a correta compreensão do problema que está sendo estudado. O professor pode incentivar, postando uma frase ou pergunta inicial e as pessoas têm trinta segundos para escrever, seguindo uma ordem previamente combinada.

Entre as várias possibilidades de uso educacional do Twitter, coloco a do estudo do meio com o uso de celulares que têm câmera fotográfica e envio para o twitpic (http://twitpic.com/) – aplicação que permite expor as imagens que os twitters captaram. Aulas de geografia e jogos narrativos, tais como a história da sua rua ou do bairro, podem ser realizadas pela turma, que irá participar e analisar conjuntamente o processo.

Enfim, o uso do Twitter ou do identi.ca, um microblogging livre, no processo de ensino e aprendizagem, pode melhorar a integração dos alunos e incentivar a autonomia de pesquisa na rede e o compartilhamento de soluções. Sem dúvida, o uso da rede e do próprio nanoblogging
em sala de aula pode gerar dispersão e baixo aproveitamento se não for planejado e bem orientado. Por isso, o professor deve cada vez mais assumir a posição de um navegador experiente. É preciso superar o ensino verticalizado, centrado exclusivamente na hierarquia e encontrar novas formas de aprendizado em rede.


Sergio Amadeu da Silveira é sociólogo, considerado um dos maiores defensores e divulgadores do software livre e da inclusão digital no Brasil. Foi precursor dos telecentros na América Latina e presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação.


A Educação na Cibercultura



mesa



A incorporação das tecnologias em nossa vida quotidiana está cada vez mais intensa. Atualmente se torna cada vez mais raro conhecer pessoas que não têm um aparelho celular ou que nunca sacaram dinheiro com um cartão magnético. Vivemos cercados por tecnologias, e às vezes nem nos damos conta desse fato. Isso é causa/consequência do amplo desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, fomentada, desde a década de 90, pela popularização da rede mundial de computadores - Internet, que nos proporciona interagir, realizar atividades e/ou tarefas sem necessariamente ir a um lugar determinado.
Juntamente com essa incorporação das TIC mudamos nossos hábitos, atitudes e modos de pensamentos e, sem perceber, somos, cada vez mais, afetados e modificados pela potencialidade da comunicação que é intensificada com a interconexão mundial dos computadores: o ciberespaço. O primeiro sintoma dessas mudanças é a velocidade com que tudo acontece. As informações e as descobertas são divulgadas de forma muito rápida, assim como as transformações que elas sofrem; os conhecimentos adquiridos agora, inclusive com essa leitura, tornam-se obsoletos em um curto espaço de tempo. O próprio tempo passa a ser representado de modo simbólico, em um ritmo frenético, ocasionando um eterno estado de mutação do ser, do conhecimento, da sociedade, das necessidades e das tecnologias.
Nesse ritmo, tudo é transformado e várias possibilidades são criadas nos espaços de comunicações que se tornaram cada vez mais flexíveis e interativos. A cultura passa a agregar novos elementos, como o virtual, e ter várias outras faces e vozes, agregando valores, mais plurais. É nesse novo contexto que emerge o conceito da cibercultura.

O que é mesmo cibercultura?

 



Lévy (1999, p 17), define a cibercultura como "o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamentos e de valores que se desenvolvem juntamente com o ciberespaço". Segundo a Wikipedia "é um termo utilizado na definição dos agenciamentos sociais das comunidades no espaço eletrônico virtual". O conceito de cibercultura está associado ao de sociedade da informação ou do conhecimento. Porém, deve-se estar atento para que a propriedade da informação não interrompa o processo de comunicação ao invés de impulsioná-lo. A cibercultura e o ciberespaço exigem a inclusão efetiva do indivíduo no processo de construção do conhecimento.
Segundo André Lemos (2004), a cibercultura se caracteriza por 3 leis fundadoras: a reconfiguração - que modifica práticas, modalidades midiáticas e espaço sem a substituição do anterior; a emissão - que emerge vozes e discursos anteriormente reprimidos; e a conexão - que põe em contato homem e homem, homem e máquina e máquina e máquina. Veja o vídeo.



cibercultura
Sendo assim, cibercultura abrange toda uma gama de fenômenos que ocorre com a utilização das tecnologias da informação e comunicação. A característica marcante nessa cultura é a cooperação, percebida mediante o compartilhamento de arquivos (músicas, filmes, fotos), fóruns de discussão, comunidades virtuais, entre outros. As relações que ocorrem no ambiente de trocas de experiências favorecem a diluição das linhas de separação entre emissor e receptor da mensagem. A construção do conhecimento passa a ser coletiva, mesmo estando o indivíduo a quilômetros de distância do outro, sem tempo nem lugar definido.


Interatividade, Hipertextualidade
e Hipermídia


Na cibercultura tudo surge e se transforma em alta velocidade; o que aprendemos agora pode perder o sentido em um curto espaço de tempo. E nesse tempo veloz tudo muda, inclusive as formas de comunicação. Antes só era possível ter acesso a informações lineares e fechadas, sem a participação ativa do leitor. Agora, com os recursos das TIC, a interatividade é possível.
Com a internet o processo de interatividade intensificou-se, pois na/em rede encontramos várias formas de interferir diretamente sobre a comunicação que ali se estabelece, interagindo com outras pessoas, interrompendo e modificando suas falas, criando novas maneiras de discorrer sobre determinado assunto, enfim, transformando o rumo do fluxo comunicacional.
Na perspectiva da interatividade (SILVA, 2003), a informação deixa de ser apenas emitida, pois não está mais restrita a um mundo fechado, paralisado, imutável, intocável, sagrado, ela é um mundo aberto, modificável na medida que responde às solicitações daquele que a consulta. Nesse contexto, nos tornamos um outro tipo de leitor, um leitor que deve ver e interagir com a obra para que haja acontecimento, tornamo-nos exploradores, pois perdemos a posição de receptores, própria da comunicação clássica, e somos convidados à livre criação, de forma que a informação ganha mais sentido sob nossas intervenções. (LEMOS, 2004).
Interatividade é, assim, um processo comunicacional de construção do saber, de participação de todos os membros envolvidos no processo de produção de conhecimento sobre determinado assunto, e que leva em conta as considerações e colaborações de cada sujeito para um maior aprofundamento sobre o tema que está sendo abordado.

Vejamos agora uma entrevista realizada no programa Livro Aberto, produzido pela PUC-RS, com o prof. Alex Primo. O autor tece suas considerações acerca de seu livro Interação Mediada por Computador: comunicação, cibercultura, cognição, que discute as questões da interatividade na cibercultura (Você pode ver as partes dois e três diretamente no You Tube. Aproveite e explore o ciberespaço).

Para Silva (2000), um dos fundamentos da interatividade, a permutabilidade-potencialide, se dá principalmente através da liberdade de navegação aleatória que permite amplas combinações e produção de narrativas. O que permite essa liberdade é a arquitetura labiríntica (hipertextual) de organização das informações. Através dos mais diversos ícones e links o usuário move-se no ciberespaço sem estar submetido a qualquer sequência definida a priori. Os mapas de navegação constroem-se durante o próprio processo de exploração do ambiente.
Como os hipertextos são documentos, páginas e ou interfaces que contêm ligações (links) para o mesmo ou outros textos e/ou hipermídias (gráficos, imagens e/ou sons) estabelecem-se relações que enriquecem a qualidade da leitura. Esses links, quando ativados pelo leitor, proporcionam novos caminhos, que por sua vez podem trazer outros novos caminhos, oportunizando a diversidade de olhares e a não linealidade, o que potencializa a riqueza do caminhar, do se perder e do se encontrar do leitor. Como o próprio nome já diz, o hipertexto é algo que vai além do texto, ele se configura como um texto multi-direcional. Mas que “ir além é esse?” O que realmente o diferencia do texto? No hipertexto temos a possibilidade de traçar percursos multilineares, que dependem da ação do navegador e não da lógica do autor. Por esse motivo, a navegação ultrapassa o tradicional conceito de leitura. Constitui-se numa leitura-escrita, pois, ao interagir com o hipertexto, o leitor constrói sua própria trajetória, estabelece relações a partir de seus interesses e "escreve" sua linha de raciocínio.
Desta forma, os hipertextos e as hipermídias passam a fazer parte das nossas vidas, alterando nossa noção de textualidade, pois se constituem em textos plurais, sem margens, sem centro, que transformam nossa posição frente a eles, de passivos leitores a ativos navegadores. Essas infinitas conexões entre textos e mídias oportunizam ainda o rompimento de barreiras entre as diferentes áreas do conhecimento, ao proporcionar um diálogo entre os saberes, através da fuga do texto, do ir em busca de novas informações que complementem, enriqueçam, contradigam os sentidos já construídos.
Os links dos hipertextos e das hipermídias podem ser criados a partir de variadas porções de texto, tais como botões, palavras, frases e datas, e com diferentes finalidades. Com os links podemos:
  • saltar para um outro tópico já existente no texto;
  • mostrar uma referência;
  • fornecer informações adicionais (como as palavras hipertextos e hipermídia);
  • exibir uma ilustração, esquema, foto, definição ou sequência de vídeo (como o encontrado na palavra Lemos);
  • exibir um índice.
Além dos links, podemos contar com outros recursos da web, como e-mails e fóruns para nos comunicarmos diretamente com os autores e também com outros leitores. Os comentários passam a ser possíveis e interferir nos conteúdos torna-se uma possibilidade, o que rompe com a lógica unívoca da mídia de massa, a qual possibilita apenas a distribuição da informação.

Possibilidades educacionais
 
No decorrer da história, as TIC vêm influenciando significativamente a forma como as pessoas se relacionam, ensinam e aprendem. Também são influenciadas pelos processos sociais que as cercam. O desenvolvimento tecnológico e o crescimento das redes virtuais oportunizam ao mundo pós-moderno novas práticas e atitudes sociais, valores e modos de pensar e agir, que vão se modificando devido à necessidade de acompanhar o acelerado processo de mudança que se estabelece no novo ambiente da cibercultura.

Em educação, novos desafios são postos e velhos problemas emergem diante das modificações construídas e vivenciadas na cibercultura. Esses desafios engendrados pressupõem e necessitam de novas formas de ler, escrever, pensar, aprender e ensinar, ou seja, demandam novas educações. Isto não é fácil, pois não depende apenas do professor; depende de todos os envolvidos no sistema educacional, especialmente de políticas públicas efetivas e articuladas, que tratem de questões referentes a formação de professores, infra-estrutura e conectividade.






Vídeo Tecnologia e Metodologia